terça-feira, 20 de maio de 2014

The Painted Man - O Homem Pintado

Titulo – O Homem Pintado
Título original – The Painted Man
Autor – Peter V. Brett
Editora – Gailivro
Data de edição – Outubro de 2009
Data da publicação original – Setembro de 2008

O primeiro volume da saga Demon Cycle, que conta já com três livros publicados, apresenta ao leitor, Thesa, um mundo fantástico onde decorre a narrativa de Peter V. Brett. Thesa é uma terra infestada de demónios que vagueiam, vindos do núcleo, sempre que o sol não brilha no céu, caçando, estropiando e atormentando as criaturas da superfície.

Aos homens resta viver amedrontados, escondidos nas suas casas, em cidades muralhadas ou em aldeias ermas protegidos apenas por guardas, símbolos mágicos que servem de barreira contra as criaturas do núcleo. As guardas têm, no entanto, muitas limitações e não raro, uma guarda pintada ou desenhada apressadamente cede perante as investidas dos nuclitas com efeitos devastadores.


É neste ambiente de insegurança que a narrativa nos introduz o primeiro dos três personagens principais, Arlen, um jovem rapaz de uma pequena aldeia perdida nos confins de Thesa no dia após um ataque nuclita. Peter Brett mostra-nos através da interacção do rapaz com os seus conterrâneos, as suas preocupações, ansias e medos, e rapidamente o leitor é confrontado com uma realidade de pobreza, precariedade e principalmente medo.

Após a trágica morte da mãe, Arlem foge da sua aldeia e dos cuidados do pai, a quem culpa pela perda, e ruma às cidades livres onde durante anos aprende a arte das guardas que se tornará, para si, uma obsessão, um modo de vida e uma luz ao fundo no túnel na resistência e luta contra os demónios do núcleo.

Alternadamente são introduzidos os dois personagens restantes, Leesha, a filha de um proeminente artesão numa comunidade rural não muito diferente da de Arlen, que acaba,entre grandes peripécias, por se tornar aprendiz de uma secular herbanária, dona de conhecimentos de botânica, química e cura esquecidos pela maior parte dos homens, e que a lançam numa desafiante carreira de curandeira, e Roger, um jovem jogral, criado em Angiers, uma das grandes cidades livres, depois de os nuclitas terem destruído a sua aldeia e morto a sua família.

O ritmo da narrativa é sempre bastante fluído e cativante independentemente do autor descrever locais, personagens ou acções, sendo, sem dúvida, um dos melhores trabalhos narrativos que li nos últimos tempos. Ao longo de seis centenas de páginas somos convidados a acompanhar o crescimento dos personagens enquanto estes vão desenvolvendo novas habilidades e lidando com novos desafios até que, inevitavelmente, os seus caminhos se cruzam abrindo fantásticas possibilidades, vedadas até então, acabando a história em aberto, deixando no entanto antever bastante acção e uma continuação emocionante em “A Lança do Deserto”, o segundo volume desta saga.

Genial!


Classificação:





Nuno Soares

Sem comentários:

Enviar um comentário