domingo, 31 de maio de 2015

Comunicação

Devido a motivos alheios ao Opina – Espaço de Divulgação Cultural a parceria com o blog Tito Pinto encontra-se doravante sem efeito.

Lamentamos o incómodo. 

Opina

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pó na Fita - Jodorowsky’s Dune (2013)

Um documentário novo sobre um filme antigo que nunca aconteceu!

Já pensaste sobre os filmes que nunca chegaram a existir? Na sua importância para os outros que de facto foram exibidos? O primeiro documentário que o Pó na Fita inaugura explica-nos, de forma apaixonante, como uma película que nunca foi realizada basicamente fundou os modernos filmes de ficção científica.

Por entre desenhos, entrevistas, simulações de cenas e relatos de episódios caricatos, o espectador acompanha o processo de criação deste colossal projecto dos anos 70, que tinha por objectivo captar para o cinema o caleidoscópico universo do clássico de ficção científica Dune. Desde o pesado tomo de storyboards à contratação de Salvador Dali, todos os passos marcantes são relatados. Numa hora e meia vamos do mais puro sonho à amarga tristeza da morte de uma fantasia gloriosa.

O documentário de Frank Pavich tem o decano realizador Jodorowsky como o fio condutor, qual louco contador de histórias, revelando o seu entusiasmo lunático, nostalgia contida, a sua mente brilhante e transbordante. Numa montagem clássica, a realidade dos bastidores é baforada com laivos do que poderia ter sido um dos melhores filmes de sempre.

Uma verdadeira homenagem à luta pelos sonhos!

P.S. Neste mês fica um prémio para os leitores, o documentário está no youtube, caso entendam as línguas estrangeiras: https://www.youtube.com/watch?v=s6p2h5JSBJQ

P.S.S. Para complementar, sugiro o filme “El Topo”, do próprio Jodorowsky, caso queiras embarcar num western psicadélico e pejado de simbolismos. Para ficares com um pequeno gosto do que poderia ter sido.


Rafael Nascimento

terça-feira, 19 de maio de 2015

Nas Asas da Poesia - Sorriso

Dizem que não há magia
Mas é certo que ela existe
Um sorriso torna o dia
Bem melhor do que previste.

Seja de um conhecido
Ou de alguém que nunca viste
Pode um sorriso sentido
Ser bem mais do que pediste.

Dizem que não há magia
Mas é certo que ela existe
Traz sempre alguma alegria
Até ao dia mais triste.

Bem maior que o infinito
Bem mais quente que uma chama
Nada há de mais bonito
Que o sorrir de quem se ama.

Dizem que não há magia
Mas há-de sempre existir
Espero que ao leres esta poesia
Também tu possas sorrir.


Marco Gago

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Nas Asas da Poesia - Cantar ao desafio

Sou de poeira, de pedra, rastejo!
Sou de poeira, de pedra, rastejo!
Quando fico envolto de terra
Nem suspiro, nem rio, ou gracejo

Sou a relva, as flores e os frutos!
Sou a relva, as flores e os frutos!
Cruzamentos de perpendiculares
Não me sirvam uns cantares curtos!

Sou a proliferação dos arbustos!
Sou a proliferação dos arbustos!
Em trevo de quatro folhas ressurjo
Dou-te um cantar sem os custos

Sou sabores de amoreiras!
Sou sabores de amoreiras!
Versos para o ar sem espirrar
Em encontros de cachoeiras!

Sinto tudo até ao astro!
Sinto tudo até ao astro!
Balanças e quase que cais
Eu balanço em água de lastro

Estou aqui e pouco evidente!
Estou aqui e pouco evidente!
A água p´ra poder germinar
Canto o nascer, o morrer, a semente

Vim do caminho p´ra te cantar!
Vim do caminho p´ra te cantar!
As flores secas da primavera
Eu nem sequer te irei odiar!

Do amarelo de plantas com sede!
Do amarelo de plantas com sede!
Vou voar sem me enraizar
Em cantares pescados à rede

Beijinho, abraço e amor!
Beijinho, abraço e amor!
Em corações de ilusões
Vieste cantar c´um senhor.

Em satisfações recordadas!
Em satisfações recordadas!
Chover em solar de emoções
P´ra ti tenho coças cantadas

Passeio o passeio da estrada!
Passeio o passeio da estrada!
Venho p´ra aqui sem direções
Mas daqui tu não levas nada

Tudo na vida é poesia!
Tudo na vida é poesia!
Ainda não eras nascido
E já cantares eu fazia

Numa terra eventual!
Numa terra eventual!
Vómito lento em lodo pastoso
Em vez do teu canto banal

Em pobreza magistral!
Em pobreza magistral!
Meu canto é a beleza
O teu ao ouvido faz mal!

Em brisas de breve futuro!
Em brisas de breve futuro!
Calafrios e suores frios
Vieste a bater contra um muro!

Os sacrifícios dos pais da nação!
Os Sacrifícios dos pais da nação!
Nas músicas da minha vida
Ouves meus cantares em lição

Sem compromissos, sem esquecimentos!
Sem compromissos, sem esquecimentos!
É a vida, o mar, o ar e o luar
É um cantar, dois cantares, são quinhentos!

Com os amigos cantar!
Com os amigos cantar!
Enquanto lhes dou uns abraços
Tu ficas p´raí a chorar

Folhas de nervos enredados!
Folhas de nervos enredados!
Fantasmas de outras cidades
P´ra ti até de olhos vendados!

Cabelo curto ou comprido!
Cabelo curto ou comprido!
Barba grande ou aparada
O teu nem chegou ao ouvido!

As gretas de galho abano!
As gretas de galho abano!
Racham, partem e caem
É o fim do cair do teu pano!

Paulo D. de Sousa

terça-feira, 12 de maio de 2015

Crónica Social - Isto não é.

Gosto de ser contra corrente e começo por usar o não - Isto não é.

Isto não é uma rubrica sobre fofocas, vidas cor-de-rosa, fama, espetáculos, chefes de claques, partidos, cães com pedigree, crimes e desgraças exploradas, coisas caras, viagens longínquas, invejas, empresários de sucesso, nem tão pouco sobre a vida dos outros.

Mas então que espécie de crónica social poderá ser?

Podemos reinventar o termo social. E acordar por agora que nomeia a interação entre os seres humanos neste bolinha perdida no espaço, a que chamamos Terra.
Que tem que ver com as formas como os homens se organizam para viver em conjunto. E gerir os recursos e os bens comuns. Também tem que ver com trabalhar e produzir e distribuir a riqueza, nas sociedades que inventámos.
Que terá que ver com as formas como nos relacionamos connosco, com os muitos outros e com a Terra.
Só por agora. Só para nos entendermos, podemos considerar assim.

Interação entre os seres humanos?

Isso tanto podem ser as formas de viver com os nossos mais próximos – os que moram connosco ou no nosso coração, os nossos afetos e desafetos, como os outros. Ou nós mesmos na relação que temos connosco. Que será sempre uma relação mediada por outros.
Os outros vizinhos, que saudamos ou não saudamos, os outros colegas ou os outros que partilham filas de desemprego, ou de trânsito, os outros que bebem café no mesmo sítio, os outros que encontramos nas escolas dos filhos, os outros a quem chamamos amigos, os outros que trabalham voluntariamente nos bombeiros, no centro social, na biblioteca, no clube desportivo, na preservação do meio ambiente. Os outros que não têm trabalho. Os outros que nos irritam. Os que são velhos demais. Os que são novos demais.

Os outros que pensam como nós e os que pensam diferente. Os que têm os mesmos gostos. Os que foram educados de forma semelhante. Os que nos conhecem.
Os outros que são do mesmo clube da bola e os que não são. Os outros que são da mesma preferência partidária e os que não são. Os que são da nossa terra e os que não são.
Os que são de cá e os que não são.
E os outros mais distantes. Aqueles a quem atribuímos poderes especiais. Os que mandam.
Os muito ricos que não se conhecem. Os que fazem a guerra. Os que exploram e os que são explorados.
Todos somos gente em interação. Por mais que nunca tenhamos saído da nossa rua.

Por mais que não saibamos onde fica a Albânia ou a Síria ou a Namíbia. Por mais que as histórias que os media nos contam já não nos toquem. Por mais que nem sonhemos o que os media não nos contam.
Por mais que o meu dia-a-dia seja tão duro que me estou a marimbar para as múltiplas frentes de guerra. Ou para as alterações climáticas. Ou para a extinção das espécies. Ou para os transgénicos. Ou para o império das farmacêuticas. Ou para a política. Ou para o desemprego. Ou para o futuro da Europa. Ou para tudo e todos. Até para mim.

Talvez estas crónicas sejam sobre gente. Pessoas. Aqueles seres com a característica singular de serem todos diferentes e semelhantes, habitantes da mesma ‘casa’ e pertencentes a uma mesma raça humana.
Afinal talvez seja uma crónica com gente dentro. Com histórias e perspetivas de vida.

Não sou uma tudóloga (espécimem convencida que sabe de tudo e que emite opinião sobre qualquer assunto), nem me levo muito a sério. Tento não julgar, nem me pautar por moralismos.
Terei sempre uma perspetiva particular. Sem pretensão à verdade. Mas com a minha verdade.

Encontramo-nos por aí…

Isabel Passarinho

Isabel Passarinho passará a trazer-nos de forma regular a sua nova "Crónica Social"! Acompanhem! 

Opina 

terça-feira, 5 de maio de 2015

Nas Asas da Poesia - Largo dali

Passou mais um dia onde até de tempo são feitas as lendas
A mais um padeiro que de manhã faz notáveis merendas
Mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali.

Nesse nada de largo com casas sem tormentas
O cuco falso do relógio dá na parede umas horas lentas
A mais um relojoeiro que perdeu um parafuso pois vive no largo dali.

Passou mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali
Já sem espera, sem gosto e desgosto, sem queixume ou ardume
A mais um camionista que na estrada não sonha com o Mali

Passou mais um dia no largo dali
Onde soprava um quente na cara da gente que é invisível
E uma brisa atarefada e sem humidade soprava o previsível

Passou mais um dia no largo Dalí
A mais um bombeiro que se vestia de vermelho e que não tinha receio
De subir uma escada elevadiça de vários metros de altura

Passou mais um dia no largo Dalí
A mais um pintor que queria ser cantor mas que afinal era escritor
Mas é um assunto que não é chamado p´ra aqui

Passou mais um dia no largo Dalí
Onde tudo era parado, onde tudo não se mexia
Era imóvel e sempre constante, algo que pouco se via

Canária não voava porque nem as asas batia
Rouxinol não cantava porque o som não se ouvia
No largo dali os passarinhos são estranhos

Abelha não labutava nem o almoço fazia
E o trabalho da formiga nem sequer se via
No largo dali os insectos são estranhos

Passou mais um dia ao lado do nada que fica no largo dali
Também passou noite mas com a noite já estou a contar
O que aconteceu, se te contasse, não te ias acreditar

O sabiá mexia-se como um jacarandá
No largo Dalí comi chiclet maracujá



Paulo D. de Sousa

sábado, 2 de maio de 2015

Novo single dos Mundopardo – Um amigo é coisa para a vida

A banda Farense “Mundopardo” lançou um novo single intitulado “Um amigo é coisa para a vida”, o primeiro tema a ser apresentado do que há-de ser o 2º álbum desta banda formada em 2013, por Ricardo Silva (voz, guitarra e cavaquinho), Pedro Rodrigues (baixo), João Cardoso (guitarra) e Fábio Silva (percussão, teclado e voz), aos quais se juntou mais tarde o baterista Paulo Franco.

Depois de, em Maio do ano passado, terem lançado o álbum de estreia “A Pequena Metrópole”, chegou a hora escolhida para revelar os resultados dos últimos meses de ensaios, com o lançamento do “Um amigo é coisa para a vida” e com a promessa, em recente entrevista à Rua Fm, de estrear outros temas na XXX Semana Académica do Algarve, onde farão a abertura do concerto de Anselmo Ralph, na sexta-feira, dia 15 de Maio.


Este single dá-nos as primeiras impressões sobre este novo projecto dos “Mundopardo” que, mantendo-se fiel à origem, traz algumas mudanças em relação ao “A Pequena Metrópole”, que, diz Ricardo Silva, se devem às diferentes condições que hoje a banda dispõe, nomeadamente contar com um baterista a tempo inteiro e poder libertar Fábio Silva para o sintetizador e assim explorar novas sonoridades.

Em todo o caso, com novas e velhas sonoridades, os “Mundopardo” estão em cena, têm o seu “Um amigo é coisa para a vida” disponível gratuitamente no soundcloud e na sua página de facebook e estarão, muito em breve, em Faro, na XXX Semana Académica do Algarve.

É de acompanhar!

Nuno Soares