quinta-feira, 9 de março de 2017

4º Aniversário do Opina

Pois é pessoal eis que é chegado o mês de março e com ele o IV aniversário do Opina! Este ano, para assinalar a efeméride, vamos estrear o novo espaço online do Opina – Espaço de Divulgação Cultural que podem aceder através da imagem abaixo.



Assim, este será o último post do endereço que estão neste momento a visitar, continuando, no entanto, disponível para consulta com o estatuto de arquivo.

Aqui vivemos durante 4 anos nos quais divulgámos obras de literatura, nacional e estrangeira, apoiámos a criação de poesia nacional, promovemos eventos e artistas na área da música, teatro, humor e cinema, abordámos problemáticas relacionadas com o ambiente, actualidade e cidadania, entrevistámos escritores Portugueses criando pontes entre criadores de conteúdos culturais e artísticos e aqueles que, como nós, apreciam, consomem e querem viver mais do que a arte e cultura têm para oferecer, e criámos um espaço de intercâmbio em que a Arte, a Cultura e a Cidadania são moeda corrente e enriquecem a experiência e a vivência dos seus participantes.

A todos os que contribuíram para tudo o que fizemos ao longo destes 4 anos, o nosso muito obrigado!
De ora em diante, continuaremos a nossa empreitada no sentido de divulgar conteúdos culturais, artísticos e de cidadania, em nova morada com a expectativa de que nos permita acompanhar as exigências das novas tecnologias de modo a melhor servir o nosso propósito.

Com votos de um ano ainda melhor, com mais novidades, mais produção, divulgação e muita, muita opinação, muito obrigado e continuem connosco!



domingo, 5 de março de 2017

Nas Asas da Poesia - Há muitos milhões de anos



Há muitos milhões de anos,
Um planeta se formou
E tantos anos passados
Vemos no que se transformou.

Ao longo da sua história
Muito este mundo mudou
E o seu tempo de glória,
Com o Homem, terminou.

Tanto de bom nós trouxemos,
Tanta nova criação.
Houve um dia em que nos perdemos
Em maldade e escuridão.

Hoje olhamos em redor
E vemos o que não queremos
Cada vez menos amor
E mais razões para sofrermos.

Tanta guerra, tanta dor,
Tanta morte e tristeza,
Tanta falta de valor,
Tanta gente na pobreza.

Poluição infernal,
Destruição da beleza
Pois para o Homem, no geral,
Não importa a natureza.

Para nós felizmente,
A Terra não tem coração
Se tivesse, certamente,
Entraria em depressão.

Morreria de tristeza
E lembraria, com saudade,
Seus tempos de jovem beleza
Bem antes da humanidade.

Marco Gago

P.S: O Mês da Poesia é um desafio interactivo promovido pelo Opina com o objectivo de dar espaço aos nossos leitores para partilharem os seus escritos poéticos. O Mês da Poesia será realizado regularmente de 2 em 2 meses subordinado a uma temática apresentada durante o mês anterior. O tema do mês de Abril será: LIVRE. Enviem-nos os vossos poemas por mensagem privada na página de Facebook do Opina ou por comentário aqui no blog. No caso de haver uma enxurrada de poemas, faremos uma pré-selecção e os poemas seleccionados serão publicados, como de costume, aos Domingos. Boas leituras!

Som na Fita - Braveheart

Para o Carnaval temos musica de fazer levantar os kilts.


Nestes dias em que a cacimba invernosa ainda vai persistindo, o espírito escocês vem das terras altas insulares para o beira mar português.
Ao sopro da gaita de foles, insuflam-se marchas marciais para viveres aventuras guerreiras, cheias de espírito militar de fazer despertar os teus genes belicosos. Sopram-se músicas para te comoveres com silvestres paixões medievais, em que a fatalidade se cruza com o amor impossível. Rimbombam sinfonias épicas para encarnares a lenda de William Wallace e de todos os anónimos que lutaram pela liberdade nesses tempos idos da Escócia do século XIV.

James Horner compõe uma inspiradora banda sonora (vencedora de Óscar e tudo), que muito polvilhou as minhas imaginações de infância  e ainda hoje me faz sonhar. Deixo-vos a ouvir, divagando.



Rafael Nascimento

quarta-feira, 1 de março de 2017

Mês da Poesia: Nas Asas da Poesia - Amizade


Hoje dei por mim
A pensar na amizade.
E aos poucos entendi
O que é isso na verdade.

Um Amigo é alguém
Que tens que ter por perto.
Pois não existe ninguém
Que de tudo esteja certo.

O Amigo de verdade
Pode de ti discordar.
Só com essa liberdade
Sabes que é para durar.

Amigos são a família
Que nasce no coração.
Não são peças de mobília
Que tu guardas sem paixão.

Tatiana Gago

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Crónica Social - Vida fragmentada


É este o título de um livro de Zygmunt Bauman, que ando a ler.
O velhinho sociólogo e filósofo polaco que morreu em Janeiro deste ano, deixou uma vasta obra que expõe a face desumana do capitalismo, numa posição bastante crítica à pós-modernidade. Mas tem uma forma de escrever, complexa é verdade, mas próxima da linguagem das pessoas comuns – o que me agrada.

Ficou mundialmente conhecido pelo seu conceito de Modernidade Liquida, onde defende que as ideias de emancipação, individualidade, tempo/espaço, trabalho e comunidade estavam a mudar com rapidez e de forma imprevisível.
A sua noção de liquidez é aplicada aos mais variados temas como as relações entre os indivíduos, o medo, o amor, a vida e o tempo.

Na sua obra Amor Liquido, as relações amorosas deixam de ter aspecto de união e passam a ser um mero acumular de experiências, sendo a insegurança parte estrutural da constituição do sujeito pós-moderno e a fluidez, uma espécie de facilidade que faz com “as relações escorram pelos dedos”.

Ele faz uma oposição, no que respeita à questão da construção identitária, dizendo que o problema da identidade moderna era o de construir uma identidade sólida e estável, em estado durável; enquanto o problema da identidade pós-moderna é o de como evitar a fixação e manter as opções em aberto, numa identidade em projecto, procurando saber, em cada tempo e em cada espaço, onde nos colocamos, na variedade de estilos e de modos.

Passe a simplificação do seu pensamento complexo, esta é uma ideia que me interessa. Como também me interessam as 4 estratégias da vida pós-moderna que ele identifica. 

À vida moderna como Peregrinação, em conflito com o lugar (conflito herdado da cultura judaico-cristã), num recomeço perpétuo a caminho de um destino que, apesar de tudo, tem confiança na linearidade e cumulatividade do Tempo, ele contrapõe 4 sucessores do Peregrino:

·   O Deambulador, que tem a cidade como seu covil;
·   O Vagabundo, sem senhor e sem itinerário;
·   O Turista, que nunca é parte de um lugar e é um caçador de experiências movido por critérios estéticos;
· O Jogador, num mundo maleável e com ‘golpes de sorte’, onde há apenas movimentos, mais ou menos inteligentes, perspicazes ou desorientados.
Esta leitura de Zygmunt Bauman aumenta inquietações mas também reforça convicções no sentido de uma apropriação mais inteira no espaço e no tempo da vida que vivo. Com uma ideia de construção de uma sociedade melhor, da qual não abdico.


Os “residentes instalados”, como ele lhes chama, descobrem que os lugares (na terra, na sociedade e na vida) aos quais pertencem já não existem ou já não os protegem: as ruas estão ameaçadoras, as fábricas e empregos desaparecem todos os dias, as competências já não servem, os saberes tornam-se ignorância, a experiência profissional torna-se um ónus e as redes de relações seguras desfazem-se.

Não é fácil superar a perplexidade que estas condições induzem. Mas a existência privatizada propõe imensas satisfações e algumas penas. Das primeiras salienta: a liberdade de escolha, a oportunidade de tentar múltiplos estilos de vida, a ocasião para cada pessoa se fazer à medida da imagem que faz de si própria; das segundas: a solidão e a incerteza em relação às escolhas feitas e por fazer.

A identidade, vista como a linha divisória entre a identidade socialmente reconhecida e a identidade imaginada a título individual, não esquece a ‘necessidade de pertença’ como membros de uma comunidade maior.
E aqui surge a comunidade, agora saudada como expressão das formas de vida herdadas, como repositório de culturas e tradições novamente valorizados. E novamente idealizados.

O pensamento social, diz ele, sempre foi dado a repetir histórias.
Podemos dizer que a maior parte das atividades da nossa vida tendem hoje a ser fragmentadas, episódicas e sem consequência. Uma colecção de acontecimentos, cada um deles desligado dos outros – “os escândalos e demonstrações de incapacidade que invadem a atenção do público tem a qualidade de fazer desaparecer da memória os escândalos e demonstrações de incapacidade do passado”.

Vivemos em sociedades fortemente marcadas pelo conflito entre ter e ser, nas quais nos expressamos pelo que temos, sendo as posses que se transformam em elementos definidores da identidade.
O modo como as cidades se dividem é exemplo dessa busca pela conformidade que segrega o que é diferente, estranho. Os muros que construímos, físicos ou emocionais, têm esse condão de isolar e criar lados, o de dentro e o de fora. Onde o espaço de fora é lugar cativo dos que nos incomodam, pessoal e/ou socialmente.
A humanidade contemporânea tem uma questão central por resolver, segundo ele, que é a de harmonizar a diversidade em polis reinventadas.

Precisando para isso de transformar consumidores em construtores, cidadãos persistentes e responsáveis e de “uma comunidade política de pleno direito, capaz de auto-reflexão e de si corrigir a si própria, por outro.”
Destas leituras complexas que faço em modo vadio, destaco uma mensagem simples – amar é uma ato revolucionário, uma nota de solidez e coragem que nos impulsiona e ser melhores como pessoas e como sociedades
E como a vida são dois dias, e o Carnaval[1] que se aproxima são três, achei que era um bom mote para tornar a vida menos fragmentada.

   Isabel Passarinho


[1] O Carnaval é uma festa de origem pagã com origem na Grécia antiga para agradecimento aos deuses e associada a música e disfarces. Na versão gaulesa, era a grande festa do Inverno que promovia a brincadeira e a estravagância.
Em 590 d.C.foi uma comemoração adoptada pela Igreja Católica, antes da Quaresma. Tradicionalmente marcava o jejum, com abstinência de alimentos de origem animal, em particular o ‘adeus à carne’.
O Carnaval tem 3 dias ‘gordos’ em contraste com o tempo de reflexão espiritual, penitência e privação instituído pela Quaresma.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Mês da Poesia: Nas Asas da Poesia - Ataca dores


Partem separados
Percorrendo a vida
Rumam enviesados
Do ponto de partida

Atacadores cruzados
Caminham lado a lado
Mesmo separados
Mesmo em mau estado

Nesse cruzamento
Dão um abraço
Nesse momento
Fazendo um laço

Acabam por quebrar
Acabam por romper
Se o cordão acabar
Se a corda enfraquecer

Paulo D. de Sousa

P.S: O Mês da Poesia é um desafio interactivo promovido pelo Opina com o objectivo de dar espaço aos nossos leitores para partilharem os seus escritos poéticos. O Mês da Poesia será realizado regularmente de 2 em 2 meses subordinado a uma temática apresentada no último Domingo do mês anterior. O tema do mês de Fevereiro é: Amizade. Enviem-nos os vossos poemas por mensagem privada na página de Facebook do Opina ou por comentário aqui no blog. No caso de haver uma enxurrada de poemas, faremos uma pré-selecção e os poemas seleccionados serão publicados, como de costume, aos Domingos. Boas leituras!

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Mês da Poesia: Nas Asas da Poesia - Amizade



Hoje alguém me disse que um amigo é um espelho sem reflexo
Concordo plenamente acho que tem todo o nexo
Mas amigo assim é diamante raro difícil de encontrar
Pedaço de poesia capaz de nos inspirar
Alguém para quem livro aberto temos capacidade de ser
E que seja qual for o assunto nunca deixa de nos ler
De nos mostrar a perspetiva do outro lado de nós
De mesmo na sua ausência não nos fazer sentir sós...
De ser esse espelho que mostra o nosso próprio interior
Capaz de nos ler inteiros sem lupa, sem magoa sem dor...
Amigo é aquele que dá sem em troca pedir,
Está mesmo sem estar e faz nos sempre sorrir
Diário onde escrevemos tudo o que nos vai na alma
Palavra dita ao ouvido que nos ajuda e acalma
Amigo, amigo verdadeiro é saber ser especial
Ter sempre a atitude certa sendo sempre imparcial.
Esse espelho onde não há reflexo mas gostamos de nos olhar
Onde a imagem que vemos nos pode sempre inspirar.


 Isabel Susana Marouço

P.S: O Mês da Poesia é um desafio interactivo promovido pelo Opina com o objectivo de dar espaço aos nossos leitores para partilharem os seus escritos poéticos. O Mês da Poesia será realizado regularmente de 2 em 2 meses subordinado a uma temática apresentada no último Domingo do mês anterior. O tema do mês de Fevereiro é: Amizade. Enviem-nos os vossos poemas por mensagem privada na página de Facebook do Opina ou por comentário aqui no blog. No caso de haver uma enxurrada de poemas, faremos uma pré-selecção e os poemas seleccionados serão publicados, como de costume, aos Domingos. Boas leituras!