sexta-feira, 13 de março de 2015

O Jogo da Imitação - The Imitation Game

O Jogo da Imitação, filme dirigido pelo Norueguês Morten Tyldum, estreou em Portugal a 15 de Janeiro, trazendo consigo uma boa impressão da crítica internacional que lhe valeu inúmeras distinções em vários prémios cinematográficos, entre os quais 8 nomeações nos “87th Academy Awards” (onde ganhou a categoria de melhor argumento adaptado), 5 nomeações nos “72nd Golden Globe Awards” e 9 nomeações da “British Academy of Film and Television Arts”.

Fig 1: Alan Turing

Este filme, um thriller biográfico focado na vida e obra de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), matemático Inglês cujo trabalho foi essencial na viragem da 2ª Guerra Mundial a favor dos Aliados, começa a sua narração em 1952, onde um recém-detido Alan Turing, acusado de homossexualidade (crime no Reino Unido de então), expõe o seu percurso ao julgamento do detetive que acompanha o seu caso.

Assim, Turing lidera uma analepse que nos leva por mais de uma década, até aos primórdios da Grande Guerra, em que o Reino Unido se encontra isolado na Europa contra a toda-poderosa Alemanha de Hitler, lutando para manter desimpedido o Canal da Mancha, a sua última defesa contra o invasor Alemão, enquanto tenta desesperadamente, com o auxílio dos Estados Unidos da América, resolver um grave problema de abastecimento que pode deixar o país à mingua.

À altura, uma das maiores deficiências na estratégia militar dos Aliados, consistia na sua incapacidade de descodificar as comunicações Alemãs protegidas pelo Enigma, um poderoso aparelho de codificação considerado indecifrável. Movido pelo desafio de um problema sem solução, Alan Turing abandonou a sua vida de académico em Cambridge, e rumou a Bletchley Park, onde estava sediada a equipa de criptografia das forças armadas às ordens do comandante Alastair Denniston (Charles Dance).

Fig 2: A equipa de criptografia de Turing

O grosso do filme descreve as aventuras e desventuras desta equipa de criptógrafos na sua demanda pela descodificação do Enigma, explorando a fundo o génio e o carácter ímpar de Turing que lhe valeu fricções e desacatos com colegas e superiores, viajando ocasionalmente à infância do matemático, à génese de tudo, para que se conheça o âmago do seu “eu”, e permitindo ainda explorar um romance (ainda que fictício) com Joan Clarke (Keira Knightley). A narrativa é preenchida constantemente por uma boa dose de drama e conflitualidade, que ao fim e ao cabo caracterizam a vida e personalidade de Turing, mas fá-lo com brilhantismo, ao ponto, de o filme ser capaz de manter o interesse, a fluidez e a intensidade durante os seus 114 minutos e proporcionando por isso, uma boa experiência cinematográfica, capaz de entreter.

O Jogo da Imitação abre ainda espaço à reflexão sobre o modo como a sociedade integra, ou não, indivíduos, que como Turing, possuíam um distinto brilhantismo e que, não obstante, foram julgados e condenados por serem dissonantes da maioria.

Turing faleceu em 1954, aos 41 anos, menos de 2 anos depois de ter sido condenado a castração química por actos homossexuais.

Fig 3: Um dos momentos de tensão do filme que Turing é acusado de ser um espião ao serviço da URSS

Um bom filme, a história de um indivíduo, no mínimo, intrigante e, uma excelente interpretação de Benedict Cumberbatch como Alan Turing.

Classificação:






Classificação dos leitores - Um bom filme - 

Obrigado a todos os que nos deixaram a sua classificação deste filme!

Nuno Soares


4 comentários:

  1. Adorei o teu blog! Vê o meu e se gostares segue
    http://1100days.blogspot.pt/2015/03/what-to-wear-to-photoshoot-1.html

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  2. Já te fomos visitar Sofia. Boa sorte com a fotografia! ;)

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  3. Olá!
    Embora eu tenha gostado muito desse filme, achei que ele pecou em muitos aspectos.
    Primeiro devo dizer que amo filmes biográficos, e foi muito bom conhecer, mesmo que por cima, a história desse incrível matemático, interpretado de forma impecável pelo talentoso Benedict Cumberbatch.
    Digo "por cima" pois tive a impressão de que nos foi apresentados muitos lados do Turing, mas tudo muito superficialmente.
    De fato, poucas pessoas se interessam em passar quase uma hora e meia assistindo à um grupo que passa a maior parte do tempo em frente à uma máquina complexa. E quem assistiu sabe que isso é o que acontece na maior parte do filme.
    Então, me pareceu que, de última hora os produtores decidiram adicionar umas pitadas de drama, afinal é isso que tem agradado tanto o público, quanto à crítica.
    Mas, não quero estragar a suspresa de quem ainda vai assistir, e se eu me empolgar...já viu, né! Hihi
    Parabéns pelo blog.
    Um beijo.

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    1. Obrigado pelo comentário e pela visita! É sempre bom ver gente empolgada com a cultura e sem medo ou vergonha de opinar! :D Vamos trocando ideias. ;)

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