segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Nas Asas da Poesia - Bonito Serviço

 Vim da anilha alhada em pólen
O plástico é ninho de centopeias
Onde nascem as bactérias do cólon
Arborizam ramadas de gotas cheias

Estou num parafuso embrulhado
Abrindo intempéries de caracol
Onde colmeias orvalham piado
Cinzeiro luz nesga de girassol

Espalho-me no muro da colmeia
Pendente nas vinhas d´um coqueiro
Onde o cacho enrosca e serpenteia
Aram araras na flor do centeio

Vou-me tornar vómito de babuíno
Renascer em blocos de azinha
Fuinha suando um suíno
Danada daninha doninha

E quando o pimento queimar
Cristaleira em caruma de chão
Os vermes irão colonizar
As magnólias da minha mão


Paulo D. de Sousa

Sem comentários:

Enviar um comentário