terça-feira, 20 de outubro de 2015

Pó na Fita - O Grande Ditador (1940)

Voltamos de férias! E já que estamos em altura de eleições, que tal uma lição de história?


Com certeza conhecem o Charlot! Sim? Não?
Desta vez, as desventuras deste simpático e ingénuo senhor decorrem entre duas grandes guerras. Numa sucessão de pitorescas rábulas, a personagem passa de soldado raso, a barbeiro desfavorecido num gueto judeu, a combatente pela liberdade nas horas vagas!
Por entre estes episódios, desenham-se outros, igualmente hilariantes, mais mordazes, sobre o ego de um certo ditador (caricatura perfeita de outro certo infame tirano muito muito conhecido). Estas duas figuras jogam em pólos opostos da sociedade e da personalidade, personificando virtudes (o barbeiro) e defeitos (o ditador) comuns na humanidade.

O Grande Ditador é um filme com uma clarividência atroz, uma vez que previu todo o desenrolar da 2ª Guerra Mundial, no dealbar da mesma. Uma película que expôs os crimes de Hitler e comparsas, mesmo antes de estes se tornarem mais públicos! Atentai contudo à performance de Charlie Chaplin, quer como ator, macaqueando a figura do fulgurante ditador com fortes agulhadas ao seu ego, quer como contador de uma história muito bem desenvolvida e montada.

O final, o único momento verdadeiramente sério do filme, é de levar às lágrimas, de te arrepiares, de levares como credo político e de dares aos teus filhos (isto se não fores um ditador claro!)


P.S.S. Já que estamos numa de discursos ao coração, aqui fica o FMI de José Mário Branco, para acompanhar





Rafael Nascimento

Sem comentários:

Enviar um comentário