terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O ressurgimento de Ramp na escuridão da Toca

A edição do festival: RAMPAGE Fest Tour 2014 satisfez novamente as delícias dos tímpanos metaleiros do Minho. Os já míticos Ramp, banda nacional em atividade desde 1989, percursores do melhor que o metal “tuga” tem à disposição, picaram o ponto na TOCA (Trabalho de uma Oficina Cultural e Associativa), situada nas antigas salas de cinema do Bragashopping, em Braga.


A banda vimaranense de death metal Skinning e a banda do Porto Blame Zeus, já indiciavam que o concerto principal seria recheado de riffs e solos à old-school. Ao se apresentarem ao público com uma set-list estruturada, por um lado com o intuito de criar um ambiente metal underground, e por outro lado direccionada para o público de Braga, com o tema “Anjinho da Guarda” a ser tocado, uma readaptação do original de António Variações, natural de Amares em Braga, formando laços mais pessoais entre o público e a banda. Para além disto, o já esperado clássico “Alone” também se inclui no repertório.

No concerto principal o vocalista dos Ramp, Rui Duarte, igual a si mesmo, é bastante acolhedor e receptivo a um público bracarense com uma casa semi-vazia. Ao seu lado estava o Ricardo, solista do momento com semelhanças a Kirk Hammett dos Metallica. Com a ajuda de Tó Pica, as melodias de guitarra conjugam-se com a marcha da bateria de ritmo loud com seguimentos de blast beats, interpretada por Paulo Martins que completa o compasso com o baixista José Sales. A banda assim nunca nos deixa de bater com os tempos certos de uma onda heavy metal que jamais soa anacrónica.

Envolvido por um ambiente propício ao headbanging, com direito a crowdsurfing, para além de euforia suficiente para suscitar pequenos mosh pits, provenientes de quatro dezenas de pessoas. O cheiro a metal “fundido”, fosse do shredding das cordas de guitarras e de baixo, fosse dos pratos da bateria levantavam um aroma a rancor no ar que seguia a metralhada da banda. A qualidade dos Ramp como músicos, acompanhada pelo talento técnico dos operadores de som, luz, projecção deram um equilíbrio que se tornou uma vantagem para este tipo de evento. Esta banda provou que ainda é capaz de vingar e entreter um público alternativo, contrariamente ao esperado de um projecto musical que não produz nada de novo desde 2009.

Paulo D. de Sousa

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