quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Transcendence

Transcendence é o filme de estreia de Wally Pfiser como realizador de cinema, experiência que junta agora à sua extensa e premiada carreira de director de fotografia, função na qual participou em filmes como Insomnia (2002), Batman Begins (2005), The Prestige (2006) e The Dark Night (2008).

E há que admitir que, para primeiro filme, Pfiser não se poupou a esforços para tornar o filme memorável, conseguindo um orçamento a rondar os cem milhões de dólares e uma mão cheia de caras conhecidas para darem voz aos personagens escritos por Jack Paglen. Transcendence conta assim com Jonny Depp e Rebeca Hall na pele de personagens principais, um casal de investigadores na área de inteligência artificial e Paul Bettany, como o terceiro elemento nesta equipa pioneira no desenvolvimento das chamadas AI’s (Artificial Inteligence – Programas informáticos diversos/bases de dados capazes de interagir com o utilizador simulando o comportamento humano). Outros nomes conhecidos como os de Kate Mara, Cilian Murphy e Morgan Freeman desempenham também importantes papéis na trama.


Apesar de todo o elenco e meios, Transcendence, dificilmente pode ser considerado mais do que um filme razoável dentro do género de ficção científica e neste, dentro dos filmes que evidenciam o antagonismo máquinas-humanos. Graficamente falamos de um filme competente, sem ser soberbo, mas o enredo, não sendo o pior do género, conta com determinadas faltas de fluidez, alguns lapsos até, talvez, que ferem a credibilidade da história e a capacidade de tornar o fictício numa quase realidade o que distancia esta obra das grandes referências do género, relegando-o para a categoria de “filmes meramente engraçados”.

Não obstante, a ideia de inteligência artificial e de uma simbiose entre humanos e máquinas é apresentada numa perspectiva ainda relativamente pouco explorada, dentro do género, e acrescenta valor ao filme pela abordagem diferente a esta temática, assim como a exploração do conceito de evolução da espécie humana. Esta trama é ainda pontuada pelo romance dos dois personagens principais Will Caster (Jonny Depp) e Evelyn Caster (Rebeca Hall) e pelos conceitos biológicos e filosóficos de identidade individual e colectiva, assim como as suas implicações nos modelos sociais vigentes e na própria evolução da espécie.

Um filme com interesse, ainda assim, de qualidade razoável.

Nuno Soares

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