Em Março deste ano, em resposta a
contratos celebrados entre o estado Português e a petrolífera Espanhola Repsol
no ano de 2011, foi criada a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), com o
intuito de sensibilizar a população Portuguesa para o que está a ser feito
neste momento na nossa costa, sem o conhecimento da maior parte da população e
que acarreta riscos sérios para a saúde e bem-estar dos Portugueses, assim como
para o ambiente e para a economia do país.
Tais contratos, que podem ser
vistos aqui, contemplam a prospeção e exploração de hidrocarbonetos de origem
fóssil (petróleo e gás natural) ao longo da costa Algarvia, Sudoeste
Alentejano, Arrábida, e toda a zona costeira de Peniche a Esposende (podem ver
o mapa, aqui). A esta área de prospeção pouco alargada, juntam-se ainda perfurações
em terra, ao longo da Beira Litoral, Estremadura e Algarve.
O processo de prospeção já
começou em algumas regiões e a Associação de Surf e Actividades Marítimas do Algarve (ASMAA) lançou o alerta através de um vídeo (abaixo, a partir dos 10 segundos) feito na praia do Amado,
Alzejur, onde se pode ver o efeito do petróleo na areia e na pele, com o
objectivo de sensibilizar as pessoas para o que pode acontecer com maior
frequência e numa escala incomparavelmente maior se a exploração petrolífera
avançar na nossa costa.
As áreas das concessões de
exploração são adjacentes a mais de uma dezena de zonas protegidas ou de especial
valor ambiental, entre as quais, de Norte para Sul, se destacam o Parque
Natural do Litoral Norte, Litoral de Vila do Conde e Reserva Ornitológica do Mindelo,
Dunas de S. Jacinto e Ria de Aveiro, Reserva Natural das Berlengas, Reserva Natural do Estuário do Tejo, Parque
Natural da Arrábida, Reserva Natural do Estuário do Sado, Lagoas de Sto. André e Sancha, Parque
Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Ria de Alvor, Parque Natural
da Ria Formosa e Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.
Para além do risco de derrames e
do seu impacto para o turismo, a diversidade animal e a qualidade das águas, o
processo de prospeção de petróleo em fundos marinhos utiliza tecnologia baseada
em ondas sonoras de alta frequência que causa efeitos devastadores na vida
marinha e nos sectores económicos, como a pesca, que sobrevivem da captura
sustentável de tais recursos. A OCEANA, uma ONG focada na preservação dos
oceanos partilha informação sobre o assunto, à qual podem aceder aqui.
Nos últimos meses a PALP tem
vindo a organizar várias iniciativas de sensibilização e de tomada de acção,
como a exposição Oilgarve, que se realizou durante o mês de Outubro, em Faro, e
a petição contra a exploração de petróleo e gás natural na nossa costa que
conta já com mais de 7200 assinaturas.
Vários artistas, entre eles,
Dário Guerreiro (Môce dum cabréste), Pedro Pinto (Reflect) e Edgar Valente
(Criatura) juntaram-se a esta iniciativa, ajudando a passar a mensagem de que
algo precisa de ser feito para parar a prospeção e exploração de petróleo antes
que os seus efeitos se façam sentir.
Não deixem que este problema vos
passe ao lado pois, no próximo verão, a coisa pode já estar preta (e pegajosa).
Por um Portugal livre do flagelo
do petróleo, assinem a petição, informem-se e partilhem a informação.
Nuno Soares
Adorei o post, há anos que se descobriu um pouquinho de petróleo realmente em território ou mar português, mas desde então não se fala mais nisso. Vou informar-me mais sobre o assunto :)
ResponderEliminar*XoXo
Helena Primeira
Helena Primeira Youtube
Primeira Panos
Olá Helena! Neste tema parece que, para além do problema da exploração em si, existe pouca vontade dos meios de comunicação social em divulgar o que está a acontecer (possivelmente com patrocínio das petrolíferas) e, também por isso, se torna tão importante divulgar esta situação, para que a informação flua. Um povo informado é um povo mais forte. Obrigado pelo teu feedback! ;)
EliminarOlá Nuno,
ResponderEliminarÉ importante divulgar este problema sim! Muito obrigada pelo teu artigo. Vou tomar a liberdade de partilhar :)
Beijinhos
consciencia-viva.blogspot.pt
Obrigado Ana! Obrigado eu pelo apoio e pela partilha. ;) Temos sem dúvida que bater o pé e alertar consciências nestas temáticas.
EliminarP.S: Não conhecia ainda o teu blogue, já lá fui dar um olhinho e está altamente. Excelente trabalho no desenvolvimento da temática da sustentabilidade e ambiente. Estou a seguir, grande beijoca. :)