Isto das trocas tem os seus desafios.
Sair da zona de conforto (não sou uma cinéfila,
nem nada que se pareça) e partilhar gostos. Devo dizer que gosto de filmes que
me ponham a pensar, que me surpreendam e que não sejam óbvios. Gosto de
muita coisa diferente, de muitos realizadores, de Bjork, a Almodovar, passando
por Lars von Trier, Woody Allen e tantos outros. Cada vez aprecio
mais os clássicos e os filmes, atores e realizadores que fazem o seu trabalho à
margem da gigantesca indústria do ‘showbuziness’.
Escolher não foi fácil.

Neste último, Charlot é um vagabundo que tenta
sobreviver ao mundo moderno e industrializado da I Revolução. É um filme
crítico do capitalismo e que passa uma forte mensagem social. Permanece
actual e acho-o intemporal. Vê-lo à luz dos dias de hoje (estamos na
quarta ou quinta revolução industrial?) e, com todas as diferenças que as
máquinas têm em si próprias e no lugar que lhes demos nas nossas vidas, faz-nos
questionar – até onde as máquinas vão tomar o lugar do homem? O que
acontece aos milhões de pessoas sem ocupação, por esse planeta fora? Este
filme retracta uma sociedade muito violenta, em caos e com uma desumanização
crescente.

A autora, Emma Donoghue, uma irlandesa do mundo
com 47 anos, amplamente premiada vive da escrita desde os 23 anos e diz que o
livro é uma metáfora das fronteiras da parentalidade. O filme emociona e
lança questões sem ser melodramático. O que significa ser livre?
Ninguém é forte sozinho, sabe o pequeno Jack.
Isabel
Passarinho
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