Vai uma lição de moral ao velho estilo medieval? Ou se
preferires, um reboliço de nudez e parvoíces!
A primeira película “com bolinha” à qual limpamos o pó, é
inspirada (não tão livremente assim) no decano e fundador livro de contos
inglês “The Cantebury Tales”. O homónimo filme apresenta oito contos que cruzam
todos os estratos sociais da sociedade europeia medieval. Do nobre bacoco, ao
parvo proto Charlot, aos endiabrados estudantes, aos monges “perversos”, a
matronas libidinosas, ao diabo justiceiro, estas extravagantes histórias troçam
de tudo e todos, numa extravagante dose de velhas lições de moral revestidas a
libertinagem e deboche.
O polémico realizador italiano Pier Paolo Pasolini monta
estes contos, sem qualquer limite à sua imaginação. Sexo e erotismo (de fazer
corar “As Cinquenta Sombras de Grey”) misturam-se com mordazes e sardónicas
críticas à “bucólica” sociedade medieval, expondo crimes e hipocrisias. Todos
os ambientes são propositadamente exagerados, o surrealismo suplanta a
veracidade histórica, a comédia física tonta rompe com qualquer subtileza
remanescente, as personagens são demarcadamente caricaturais. Todo o filme é
uma grande brincadeira, embebido de um certo tom pueril, num cinema que não se
leva demasiado a sério.
Para uma alucinante peregrinação ao “santuário” da Cantuária!
P.S. O autor não se responsabiliza pelos danos (psicológicos,
religiosos, sexuais) causados, a ti ou a terceiros, no visionamento do último
conto (ou de qualquer outro)!
P.S.S. Procura os cenários dos filmes do Harry Potter!
Rafael Nascimento
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