O Jogo da Imitação, filme
dirigido pelo Norueguês Morten Tyldum, estreou em Portugal a 15 de Janeiro,
trazendo consigo uma boa impressão da crítica internacional que lhe valeu
inúmeras distinções em vários prémios cinematográficos, entre os quais 8
nomeações nos “87th Academy Awards” (onde ganhou a categoria de melhor
argumento adaptado), 5 nomeações nos “72nd Golden Globe Awards” e 9 nomeações
da “British Academy of Film and Television Arts”.
Fig 1: Alan Turing |
Este filme, um thriller biográfico focado na vida e
obra de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), matemático Inglês cujo trabalho foi
essencial na viragem da 2ª Guerra Mundial a favor dos Aliados, começa a sua
narração em 1952, onde um recém-detido Alan Turing, acusado de homossexualidade
(crime no Reino Unido de então), expõe o seu percurso ao julgamento do detetive
que acompanha o seu caso.
Assim, Turing lidera uma analepse
que nos leva por mais de uma década, até aos primórdios da Grande Guerra, em
que o Reino Unido se encontra isolado na Europa contra a toda-poderosa Alemanha
de Hitler, lutando para manter desimpedido o Canal da Mancha, a sua última
defesa contra o invasor Alemão, enquanto tenta desesperadamente, com o auxílio
dos Estados Unidos da América, resolver um grave problema de abastecimento que pode
deixar o país à mingua.
À altura, uma das maiores
deficiências na estratégia militar dos Aliados, consistia na sua incapacidade
de descodificar as comunicações Alemãs protegidas pelo Enigma, um poderoso
aparelho de codificação considerado indecifrável. Movido pelo desafio de um
problema sem solução, Alan Turing abandonou a sua vida de académico em
Cambridge, e rumou a Bletchley Park, onde estava sediada a equipa de
criptografia das forças armadas às ordens do comandante Alastair Denniston
(Charles Dance).
Fig 2: A equipa de criptografia de Turing |
O grosso do filme descreve as
aventuras e desventuras desta equipa de criptógrafos na sua demanda pela
descodificação do Enigma, explorando a fundo o génio e o carácter ímpar de
Turing que lhe valeu fricções e desacatos com colegas e superiores, viajando
ocasionalmente à infância do matemático, à génese de tudo, para que se conheça
o âmago do seu “eu”, e permitindo ainda explorar um romance (ainda que
fictício) com Joan Clarke (Keira Knightley). A narrativa é preenchida
constantemente por uma boa dose de drama e conflitualidade, que ao fim e ao
cabo caracterizam a vida e personalidade de Turing, mas fá-lo com brilhantismo,
ao ponto, de o filme ser capaz de manter o interesse, a fluidez e a intensidade
durante os seus 114 minutos e proporcionando por isso, uma boa experiência
cinematográfica, capaz de entreter.
O Jogo da Imitação abre ainda
espaço à reflexão sobre o modo como a sociedade integra, ou não, indivíduos,
que como Turing, possuíam um distinto brilhantismo e que, não obstante, foram
julgados e condenados por serem dissonantes da maioria.
Turing faleceu em 1954, aos 41
anos, menos de 2 anos depois de ter sido condenado a castração química por
actos homossexuais.
Fig 3: Um dos momentos de tensão do filme que Turing é acusado de ser um espião ao serviço da URSS |
Um bom filme, a história de um
indivíduo, no mínimo, intrigante e, uma excelente interpretação de Benedict
Cumberbatch como Alan Turing.
Classificação:
Classificação dos leitores - Um bom filme -
Obrigado a todos os que nos deixaram a sua classificação deste filme!
Nuno Soares
Adorei o teu blog! Vê o meu e se gostares segue
ResponderEliminarhttp://1100days.blogspot.pt/2015/03/what-to-wear-to-photoshoot-1.html
Já te fomos visitar Sofia. Boa sorte com a fotografia! ;)
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarEmbora eu tenha gostado muito desse filme, achei que ele pecou em muitos aspectos.
Primeiro devo dizer que amo filmes biográficos, e foi muito bom conhecer, mesmo que por cima, a história desse incrível matemático, interpretado de forma impecável pelo talentoso Benedict Cumberbatch.
Digo "por cima" pois tive a impressão de que nos foi apresentados muitos lados do Turing, mas tudo muito superficialmente.
De fato, poucas pessoas se interessam em passar quase uma hora e meia assistindo à um grupo que passa a maior parte do tempo em frente à uma máquina complexa. E quem assistiu sabe que isso é o que acontece na maior parte do filme.
Então, me pareceu que, de última hora os produtores decidiram adicionar umas pitadas de drama, afinal é isso que tem agradado tanto o público, quanto à crítica.
Mas, não quero estragar a suspresa de quem ainda vai assistir, e se eu me empolgar...já viu, né! Hihi
Parabéns pelo blog.
Um beijo.
Obrigado pelo comentário e pela visita! É sempre bom ver gente empolgada com a cultura e sem medo ou vergonha de opinar! :D Vamos trocando ideias. ;)
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