Um novo dia a nascer
E nós, de novo, a acordar
Sentimos os dentes bater
E todo o corpo a tremer
Porque está um frio de rachar.
O frio a nós nos abraça
Na rua e em nosso lar
Mas, para nós, o frio passa
E nem pensamos na desgraça
De quem não tem onde morar.
Temos tudo e eles nada
Nem mesmo família ou amigos
E, em noites de trovoada,
Vão andando pela estrada
Procurando por abrigos.
Faça chuva ou faça frio
Andam aí a sofrer
Com a vida por um fio
Vão, eles, lutando com brio
P’ra poder sobreviver.
Vivem com o que não têm
Sobrevivem com querer
Em algo melhor eles crêem
Um futuro que não vêem
Morrem sem ninguém saber.
Marco Gago
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