A edição do festival: RAMPAGE Fest Tour 2014 satisfez
novamente as delícias dos tímpanos metaleiros
do Minho. Os já míticos Ramp, banda nacional em atividade desde 1989,
percursores do melhor que o metal
“tuga” tem à disposição, picaram o ponto na TOCA (Trabalho de uma Oficina
Cultural e Associativa), situada nas antigas salas de cinema do Bragashopping,
em Braga.
A banda vimaranense de death metal
Skinning e a banda do Porto Blame Zeus, já indiciavam que o concerto principal
seria recheado de riffs e solos à old-school. Ao se apresentarem ao
público com uma set-list estruturada, por um lado com o intuito de criar um
ambiente metal underground, e por outro lado direccionada para o público de Braga, com o tema “Anjinho da Guarda” a
ser tocado, uma readaptação do original de António Variações, natural de Amares
em Braga, formando laços mais pessoais entre o público e a banda. Para
além disto, o já esperado clássico
“Alone” também se inclui no repertório.
No concerto principal o vocalista dos Ramp, Rui
Duarte, igual a si mesmo, é bastante acolhedor e receptivo a um público
bracarense com uma casa semi-vazia. Ao seu lado estava o Ricardo, solista do
momento com semelhanças a Kirk Hammett
dos Metallica. Com a ajuda de Tó Pica,
as melodias de guitarra conjugam-se com a marcha da bateria de ritmo loud com seguimentos de blast beats, interpretada por Paulo Martins que completa o compasso
com o baixista José Sales. A banda assim nunca nos deixa de bater com os tempos
certos de uma onda heavy metal que
jamais soa anacrónica.
Envolvido por um ambiente propício ao headbanging, com direito a crowdsurfing, para além de euforia suficiente
para suscitar pequenos mosh pits,
provenientes de quatro dezenas de pessoas. O cheiro a metal “fundido”, fosse do shredding
das cordas de guitarras e de baixo, fosse dos pratos da bateria levantavam um
aroma a rancor no ar que seguia a metralhada da banda. A qualidade dos Ramp como músicos, acompanhada pelo talento técnico dos operadores de som, luz,
projecção deram um equilíbrio
que se tornou uma vantagem para este tipo de evento. Esta banda provou
que ainda é capaz de vingar e entreter um público alternativo, contrariamente
ao esperado de um projecto musical que não produz nada de novo desde 2009.
Paulo D. de Sousa
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