Agora estamos no Inverno
A natureza murcha e musgo
A fruta encolhida no chão
A Pega-rabuda, o pássaro
A voar livremente até pousar
Numa cerca que não separa
Nada entre a vida e a estrada
Metáforas ainda por alcançar
Os galhos secos com frio
A estalarem em sequência
As árvores nuas no rio
Mostram-nos a sua essência
Não morrem mas param
Não crescem mas travam
Não ficam verdejantes como d'antes
E congeladas ficam errantes
Esperando pela Primavera
A época do desabrochar
Não é como a quimera
A realidade do acordar
Correntes de frios
Que nos prendem
De fios a pavios
Não nos mentem
E ponderar algo mais
Seria acabar num lago
Onde se nada em círculos
Num lugar inabitado
A pega-rabuda e a pega-algarvia
Riem-se no canto das almas penadas
Não são coruja, vêm-se em pleno dia
Sem nos mentir neste reino de fadas
O Inverno traz o frio e o gelo
Queria ser um urso com pêlo
Paulo D. de Sousa
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