Titulo
– O Homem Pintado
Título original – The Painted Man
Autor
– Peter V. Brett
Editora
– Gailivro
Data
de edição – Outubro de 2009
Data
da publicação original – Setembro de 2008
O
primeiro volume da saga Demon Cycle,
que conta já com três livros publicados, apresenta ao leitor, Thesa, um mundo
fantástico onde decorre a narrativa de Peter V. Brett. Thesa é uma terra
infestada de demónios que vagueiam, vindos do núcleo, sempre que o sol não
brilha no céu, caçando, estropiando e atormentando as criaturas da superfície.
Aos
homens resta viver amedrontados, escondidos nas suas casas, em cidades
muralhadas ou em aldeias ermas protegidos apenas por guardas, símbolos mágicos
que servem de barreira contra as criaturas do núcleo. As guardas têm, no
entanto, muitas limitações e não raro, uma guarda pintada ou desenhada
apressadamente cede perante as investidas dos nuclitas com efeitos
devastadores.
É
neste ambiente de insegurança que a narrativa nos introduz o primeiro
dos três personagens principais, Arlen, um jovem rapaz de uma pequena aldeia
perdida nos confins de Thesa no dia após um ataque nuclita. Peter Brett
mostra-nos através da interacção do rapaz com os seus conterrâneos, as suas
preocupações, ansias e medos, e rapidamente o leitor é confrontado com uma
realidade de pobreza, precariedade e principalmente medo.
Após
a trágica morte da mãe, Arlem foge da sua aldeia e dos cuidados do pai, a quem
culpa pela perda, e ruma às cidades livres onde durante anos aprende a arte
das guardas que se tornará, para si, uma obsessão, um modo de vida e uma luz ao
fundo no túnel na resistência e luta contra os demónios do núcleo.
Alternadamente
são introduzidos os dois personagens restantes, Leesha, a filha de um
proeminente artesão numa comunidade rural não muito diferente da de Arlen, que
acaba,entre grandes peripécias, por se tornar aprendiz de uma secular
herbanária, dona de conhecimentos de botânica, química e cura esquecidos pela
maior parte dos homens, e que a lançam numa desafiante carreira de curandeira,
e Roger, um jovem jogral, criado em Angiers, uma das grandes cidades livres,
depois de os nuclitas terem destruído a sua aldeia e morto a sua família.
O
ritmo da narrativa é sempre bastante fluído e cativante independentemente do
autor descrever locais, personagens ou acções, sendo, sem dúvida, um dos
melhores trabalhos narrativos que li nos últimos tempos. Ao longo de seis
centenas de páginas somos convidados a acompanhar o crescimento dos personagens
enquanto estes vão desenvolvendo novas habilidades e lidando com novos desafios
até que, inevitavelmente, os seus caminhos se cruzam abrindo fantásticas
possibilidades, vedadas até então, acabando a história em aberto, deixando no
entanto antever bastante acção e uma continuação emocionante em “A Lança do
Deserto”, o segundo volume desta saga.
Genial!
Classificação:
Nuno Soares
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